quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Naturaleza Sangre Sem Identidade
Para Roland Barthes
Queria escrever essa coisa aqui com a força de um pincel de Goya. Mas sei da precariedade de minha escrita. Repito que o único tom possível é minha naturaleza sangre, escorrendo por entre os dedos.
Após o sangramento vou recolhendo partes possivelmente narráveis, construindo enredos sem histórias, armando falácias que cercam meu desejo de continuar. http://www.youtube.com/watch?v=CFJSfjTFNVo
A inventividade no zero grau de escritas me comoveu com esperança. Digito este relato ausente de estilo, não como provocação aos costumes, mas para denunciar a prisão da escrita dos pós-isso-ou-aquilo, que me tirou o chão.
Não quero ser lido daqui cinqüenta anos. Só escrevo porque é a melhor forma de me comunicar. Forma que se suspende, diante do olhar, como um objeto. De qualquer forma, solidão, atado no interior vazio.
O grito pode denunciar a loucura dos dementes, mas a escrita como um grito pode chegar ao leitor como disfarce, simulacro de efeito estético agora mais comunicável. http://www.youtube.com/watch?v=Sln6c6iLSDM
Preciso encontrar você, estilo dos infernos que denuncia meu mau humor, hálito do nunca saber o que vejo em mim. http://www.youtube.com/watch?v=Liy4xrCZO0o
Sempre quis ser isso mesmo. Depois do grito, o pincel, a imagem: uma escrita ausente de mim. Agora impossível.
DANIL_ MACHAD_
Nenhum comentário:
Postar um comentário