domingo, 27 de dezembro de 2009

Apôsto em Linha Reta

:Vaga
:Vacío
:Vago.

:Sujo
:Suyo
:Seu?

:Blog
Blogueiro: AUTO_blog_AJUDA,
Boom.

Aposto em significantes, verticalidade que mereço, apôsto.

Danilo Machado

(Diacronia Zodiacal Esquizofrênica)

singoMANIAdeLÓGICAsemPEIDO

Aquário de águas sujas? Sagitário sem fogo na flecha? Touro do sertão sem aspas?
Gêmeos, Univitelino Bipolar? Escorpiano, ferrado? Leão sem montanha mágica?
Virgem baiano do evangelho segundo senhor do Bonfim?
Libra do mal sabe escolher um destino? Peixes no escorredor de massas?
Capricórnio da chatice fria em objetividade?
Ariano dos mandos sem direção?
Câncer sarado? Escondido?

DANILO MACHADO

sábado, 26 de dezembro de 2009

Crença na Fragmentação de Beauvoir












Entr e.
En tre Q uat ro Pa rede s
DOS AMORES
En tre Q uat ro Pa rede s
rede_s.*


                                                                                                               Nunca quis tocar os Dois, mas eles exigem o toque. Sinto o afeto dividido Entre quatro paredes que só acontecem quando estamos separados. Sua manifestação, em conjunto, rouba a harmonia dos versos.

                                                                            Arranho, bato, abraço; para não beijar, acariciar. Entre quatro paredes compramos brigas com versículos de Bauman. Compomos marítimas ações do verbo machucar, mantendo o controle En tre Qua tro Par edes.

                                     Não quero os Dois para mim, mas, em mim. É tão difícil ter Dois que se gostem, que aceitem, que transpirem, que respinguem; sem a maldita raiva branca jorrada, penetrando robustas nádegas de desejos iguais, En tre Q uat ro Pa rede s.

:Para Sartre
(Aposto em Linha Reta)

Ação no limite do espaço.

Danilo Machado
SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso
(EspelhoDeformante In: DEformance)

Auto_BLOG_Ajuda?











Mas haverá outra forma de ver?
Não, tudo termina nessa
Poética-Das-Vaidades-Do-Blog: Me-Veja.
















SONY Cyber-Short-Stories: Poética-da-Destruição-do-Outro
Danilo Machado

ÚLTIMA do PACOTE: vazio. (Para os Meus Amigos do Cânone)



Política da AgressiVIDAde:

Há uma Vaga para Técnico DEcente Universitário.

Aceita?

:Vaga;
:Vazio;
:Vago.

(Aposto em Linha Reta)

Enfim, o Fim.

Danilo Machado

SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso

Poética-da-Destruição-do-Outro

.
..
Na mesma linha, um suicídio não-canônico.
Mesmice ritmada. Comprar viagens sem a obrigação
De entendê-las. Intercalado ou interpolado, ser,
Sem obrigação de continuar rimado........................................
Consciência do quão exibicionista a fala pode ser.
É concordar com tudo, mesmo sabendo que a orientação
Discursiva pode transcender a binarismos primários.
..
.
Isso é rotina poética de cada dia, meu amor.
Todo Certo como dois e dois são cinco!
Danilo Machado

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

.:Culto OriginÁfrica:.

.
..
...
Cotidianamente um poema se faz em ato narrado.
Enquanto a rima, apenas um episódio musical,
É hora em que os sons tem o primado

De nossa atenção, ainda que em Ritualísticas Timbaladas.
.
..
...

.:Danilo Machado:.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Lamento de Exu


Agora balzaquiano, convulsionado pela chance de mais uma escrita.
Queimavam as mãos do aparente-jovem-e-pseudo-escritor.

(Meus versos são voláteis!)

Perseguido de prazer, recitava Lorca ao som de Baden Powell, Lamento de Exu.

(Preciso encontrar unidade.)

Foi escolhido para falar em Clássicos.

(Ovídio é universal. Eu, multicultural.)

Da sua escrita restava o descentramento, o escondido.
Rastejadas eram suas linhas, Matiz de Verlaine.

(Quero ser Tirésias.)

O hermeneuta era frágil, tinha prazer no inusitado-instantâneo-consumo.
Não desistia na busca de unidade no verso. Romântico, o pobre.

(Sou o Amorfo Que Cintila Na Noite Escura)

Danilo Machado
Foto: Pierre Verger

Oxum de Riacho Sujo (Poema dos Excessos)


Para Lucía Etxebarria

O vento abre tempestades/ se entregando aos abismos e rios./ Eu como vaidades, lágrimas em gotas de chuva/ que evaporavam e ninguém vê:/ tuas palavras de internauta transbordam, em nagô,/ como rios vermelhos.

/Odeio-te com todas as tuas mentiras!/ Desde a primeira vez, por msn ou telefone,/ desejei... e hoje quero tua ausência,/ não sei, talvez para continuar essa merda de amor/ romântico que corrói meu sonho,/ dia e noite,/ nessas histórias causadas pela falta que tuas palavras me fazem./

Sou Iansã Empoeirada,/ cegueira constante,/ nesse vazio deixado por outros amores./ Tu, Oxum de Riacho Sujo,/ doces formas corroendo caminhos,/ construindo passarelas de segurança, nunca alcançadas/ ignoradas no controle do desejo alheio.

FW:
- Marco Antônio perdendo seu império por amor à Cleópatra.
- Ofélia se atirando no rio por não ver o amor de Hamlet.
- Botticelli enlouquecendo por Simonetta Vespucci,
imortalizando
sua beleza em grande parte de sua obra.
- Dom Quixote se iludindo em ações à Dulcinéia.
- Werther se dando tiro quando sabe que Carlota vai se casar.
- Anna Karenina abandonando o filho por amor a Vronski,
sendo esmagada pelo trem.

//\\

- Rimbaud não escreveu uma só linha depois que terminou
sua relação com Verlaine.

Sou/ Iansã Inconstante Pelo Nada/ de significado nessa porra/ de discurso de ausência do objeto amado./ Todas as coisas se perderão no tempo/ lágrimas dissolvidas na chuva.

Danilo Machado

Foto: Pierre Verger

Sete Saias Gitanas



SETE SAIAS

Seduz
a Beleza de Rosas
Que Sangram

/Um suspiro como um grito,
ouvido por ti,
quando desejo
um abraço teu./

............................................................

/Minhas angústias
não são causadas por ti,
mas por mim,
justamente por não entender o que
são campos com flores inesgotáveis. Olhai Lírios.../

Quem Eu Sou,
o Que Queres?


(Danilo Machado)
Foto: Pierre Verger

Ogum com Xangô / Chango e Ochun (Un abanico amarillo...)


Ogum com Xangô

Ontem
Disputavam: as mesmas Águas e Oyás,
os mesmos territórios.

Hoje
Compartilham: o mesmo leito,
o mesmo leite.

Amanhã
Freqüentarão: diferentes saunas,
diferentes boates.

(Infinitum)

(Danilo Machado)

Foto: Pierre Verger

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

No Limite da pEDREIRA


.
..
...

.:aRMO reflexos instantâneos EM excesso, 
aquosidade que me governa:.

(Simulacro que faz do outro objeto de si mesmo, lido por dentro.)

Provocação do-si-mesmo como auto-
DEformance regulada no limite do olhar.
...
..
.

SONY Cyber-Short-Stories: In-copos Incorporados

(Danilo Machado)

Liberdade Narrada à Corpus sem Vox‏


Me Curvo á Baco, á Tempo, enfim......................................................
A esses deuses que continuam existindo em todos nós, da minha cabeça.

CURVADO à Bacos
CURVADO ao Eros
CURVADO à Tempos
Curvado até o Fim

Vivo à Liberdade Narrada em TempIspaço
Faltas nas Falhas de Leitura em Conceptus-in-Vox-sin-Res
Sendo uma partícula de Voz Opaca,
Cintilando sem medo.

(SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso
...Danilo Machado...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cordas Num Itinerário Sem Nós

(Pra Você, que ainda Amo)
.
..
...
 A crença
É sempre um arestar de formas,
Passos rasos que me incomodam.
...
 Sempre poesia!
 E pode ser outra coisa?
 Pode ser qualquer Blog, qualquer coisa, mesmo.
...
..
.
(Danilo Machado)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cores Enquadradas em Palhas Formas do Desejo Fora de Moda



- Comer tá Fora de Moda.
- Então, dê!

- Não, Visitar Restaurantes rESTAURADOS é o que há.

- Então, Coma Fotos Enquadradas! É o que resta!




SONY Cyber-Short-Stories: In-copos Incorporados -

- (Silêncio Carcomido co'as Mãos)

[Danilo Machado]

Em Construção))):. (Pra Vc que ainda Amo)



Meu caso;
Tua casa;
Eles casam;
...;
Nós casamos?



SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso (Brincando de Casinha)

Danilo Machado

À BEIRA DO MAR SEM ARESTAS


Para Caio Fernando Abreu

Flores de um louco poder na superfície de pedras
Que recusamos tocar por magia tão cortante
Ou razão tão angelical que não suportaria
A água benta de suas próprias ausências.

Flores de um podre chover na superfície de cobras
Que recusamos amar por azia tão confortante
Ou paixão tão endemoniada que não encontraria
O sangue de nossas próprias demências.

DANILO MACHADO


SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso (EspelhoDeformante In: DEformance)

domingo, 20 de dezembro de 2009

falta-CORPOS-SEM-cor


 (Pra Vc, que ainda Amo)











Insano sono em porta-cartas, sem voz...

Em solução: Falta-Copos.
Retornos, Alienadas Chegadas.
Coisa Destruída
Aos Poucos.

Tantos opostos em uma cama, somente.












SONY Cyber-Short-Stories: In-copos Incorporados

Danilo Machado

V Linhas para Baudelaire

.
..
...
Vi flores se levantar, um dia.
Caminhar à beira mar,
Dissolver Pólen na água.

Suicídios Coletivos em Paraísos Artificiais.
...
..
.

Danilo Machado

INVENÇÃO DE ANÔNIMOS CORNOS (In: Moral da Linguagem)

Um som,
Comigo carrego.
Vago,
Sem nome.

O que desejo
Não é inventável
.

Pare de fabricar técnicas, agronomizando poemas, rastilhando versos, lavrando textos. Pare!

A Arte apaga a sua voz, economiza os seus encantos. O poeta é um mentiroso, já dizia FP, aceite isso. Minta!
.
Querido Poeta de Pinto Castrado,
atire sementes na folha em branco. Dali sairão liras várias, compondo sua fantasia de punheteiro_sem_papel.

Danilo Machado

sábado, 19 de dezembro de 2009

*Estrutural Etílico

.
..
.;. .;.
Obsessões agudas em síntese, Sujas estrofes do pó
.
..
ema gasto. Sem valor para com
..
.
sumo interno.*
.;. .;.
..
.
.
..
.;. .;.
Obsessões agudas em síntese, Sujas estrofes do pó
.
..
ema gasto. Sem valor para com
..
.
sumo interno.*
.;. .;.
..
.


Danilo Machado

*Poema estrutural etílico.

Arte Poética Intitulada

Com Afeto. Isso aí:

A Rua dos Cataventos / Rimas / Las Otras
Viagem, Mar Absoluto e Vaga Música
Uma Temporada no Inferno
Bagagem / Antología Mínima del Silencio

Paixão Medida
Livro do Possuídos
La Vie en Close / Libertinagem
Inéditos e Dispersos

Limite Branco
A Construção do Espanto
Os Farrapos / Poesia Liberdade
Poemas Negros

Água Viva / O Poeta em Nova York
Eu e Outras Poesias
Nenhuma Poesia:
O Caminho Para a Distância



Danilo Machado

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Curvado à Baco

.
..
...

nUNCa É VOCÁBULO CURVADO PELO TEMPO

NuncA É VOCÁBULO CURVADO À BACO...

...
..
.


SONY Cyber-Short-Stories:
poema-prosaico-em-verso (cenas do último capítulo)

Danilo Machado

NuncA É VOCÁBULO CURVADO à BACO




Pode ser a gota d’água
Tempestade em copo d’água
Pode ser só confusão!

SONY Cyber-Short-Stories: poema-prosaico-em-verso

Danilo Machado

DEformance Artificial em Acrílico-Plástico






(((Flores... De Plástico, Não Mordem)))
SONY Cyber-Short-Stories:
Penélope, em dia triste, Recebe Flores em Telemaquias de Proveta.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

SONY Cyber-Short-Stories


(DEformance-Ter o Outro)


A Inveja é uma Espécie de Ardor,


DEsejando brilhar no Outro.


(((SONY Cyber-Short-Stories)))

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Flor do Sal

.
..
...
A completude reside no instante.

Há fidelidades sem monogâmicas rede_s.

No escuro, uma flor do sal definha
em nós fracos.
...
..
.

Danilo Machado

Para Sartre

.
..
...
Entr e.
En tre Q uat ro Pa rede s
DOS AMORES
En tre Q uat ro Pa rede s
rede_s.
.
..
...

Danilo Machado

Alguma Poesia

Antecipei um choro pálido de alívio,
sóbrio, sem descanso e sombrio.
E caíram
sobre mim outros rostos,
separando os nossos desejos.
...............................................................................


....................................................................................
Não faço mais - Nenhuma Poesia.
Ainda tenho cicatrizes expostas.
Não consigo seguir os teus passos
Que encontra em outros braços, sempre
Alguma Poesia, uma montagem.
E quando volto a sorrir,
Tu vens, e volto ao pranto.
DANILO MACHADO
FOTO: Adriane Santi

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AMORFA DE QUATRO ATOS

Para Juan Gelman

Perfuras as minhas vontades. Libero as tuas necessidades. Compras, para mim, um prazer artificial. Revelo, para ti, minhas vísceras jogadas ao mar. Mudas teu olhar. Divido teu rosto em partes informes.
* * * *
Enfio bruscamente. Relaxas aos poucos, buscando os meus lábios para sugerir suavidade. Oculto nos meus pensamentos o que mais desejo. Atiras tua raiva branca, no meu peito, que nunca consegue te esquecer.
* * *
Confirmas uma visão no escuro, um epigrama mítico. Leio e me atiro no sonho de tuas promessas quase com interesse. E solucionas o meu gozo, mais uma vez, quando soltas, para mim, aquelas frases pouco coloridas.
* *
Me desespero quando percebo que as tuas vontades são mais fortes, porque compreendes o mundo sem essa minha sensibilidade analítico protetora. Te encontras à beira do mar aberto em madrugadas, e compras, enfim, as flores que finges alcançar: é perigoso viver lá fora, meus livros contemplam uma vida, um rastro de ervas, um assobio – enviado – por – Messenger: Chill Out http://www.youtube.com/watch?v=0f7UPTz4KeU&feature=related – Cecilia Roth, diz: /Con este poema no tomarás el poder* dicen./ Confidences. /Con estos versos no harás la revolución* dicen./ Ni con miles de versos harás la revolución*/ Inspiração? Expiração? (Isso basta, quando acaba)
*
Danilo Machado

Werther Diniz:

Sim. Tudo começa com um sim.

Werther diz:
E nós viveremos felizes para sempre.
Werther diz:
No eterno acorrentamento de felicidade excessiva. Pequenas órbitas em significantes
Inexplicável narrativa sem acontecimentos. Próteses para segurar ereção.
Punhado de sal dissolvido em leite. Desconexo grão de areia.
Sim. Tudo começa com um sim. Nenhuma Poesia.



FOTO: Adriane Santi

Os outros sempre parecem possuir precisamente
aquilo que nos falta. (J. W. GOETHE)
Danilo Machado

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

BAUDRILLARD

...
..
. (...)                   ! ;\;/; ! (...)
..
...
/ / /A sedução é da ordem do ritual/ / /    .
...
..
. (...)                  ? ;/;\; ? (...)
..
...

Danilo Machado

deFORMANCE a Carlos Drummond de Andrade


FOTO: Adriane Santi


Hermes / Exu – Messenger = Back:


ÉdipoRésias? Inspiração Dos Possuídos?


Não, Eeexpiiiraaação!

poema-prosaico-em-verso

(...)                                                                      (...)

                                                    Da Mata o Riacho Segue para Ser Lago até a Pedreira. Transborda escapando para Ser Rio virado Mar. Asso_pros caminhos das águas / Pode Ser a Gota D’água/ cantam os sentidos da pele, evanescendo póstumos idílios. A fluidez de afetos transborda em Fogo nas Pedras, formando o Lago. Se Casam com riquezas em pastas compartilhadas. E escapa-se para o infinito da linguagem / Pode Ser a Gota D’água/ pode ser amor sem direção.


nUNCa É VOCÁBULO CURVADO PELO TEMPO

Danilo Machado




FOTO: Luiz Lopes

Pós-Pó-Montagem

.
..
...
Mar de rosas com espinhos masturbam olhos Édiporésias. / Tudo começa com um sim de afetos abortados, sem sintomas crônicos dum na cabeça. / Abraços ternos, sem falta.
...
..
.

Danilo Machado

Devir Cyborg Comentário

Dimensões do Eu, Senhor Processo de Criação do Destino. (Nessa Escrita Pós-Qualquer-Coisa / Pós - Tudo / Pós-Pó-P.-Processo / Pó-pós-Lirismo: Ainda). Um NeoConcretismo-AMORFO, sentido de todos os meus textos: essa forma estranha. Posfácio sobre amorfos, Títulos desse Projeto, um Devir Cyborg comentário:


“ ”
“! _ ¡”

Oyás

A NOITE

NENHUMA POESIA

ESPELHO DEFORMANTE

NATURALEZA SANGRE SEM IDENTIDADE

← PÓS-MONTAGEM →

← ← UNIMFORMES → →

← ← A FORMA AMORFO → →

AMOR EM TEMPOS AMORFOS

→ → →MANIFESTO AMORFA← ← ←

NENHUMA POESIA & OUTROS MITOS
Oló                           Odu
Iaiá                               Janan

Danilo Machado

(POEMA SEM NOME)

.
..
...
Me atiro no precipício
De uma estrofe.

Me torno uma palavra
Sem significado

                                    Para nunca envelhecer.
...
..
.
Danilo Machado

A Concretude Dos Gêneros

Heterossexismos


A mesmO.

O mesmA.

AO

OA

A mesm.

O mesm.

A mesmA.
O mesmO.
Mism.

Danilo Machado

TIRÉSIA nu ESPELHO

(Queria ver com mais claridade, mas me parece que ninguém vê.)


No beco foi acariciado / Pediu ao perdido / Um sorriso, sentiu sentado.

E quando o perigo se mostrou (ardor) / Enquanto quase gozava.

Quanto lhe foi cobrado? / Um Rosto, enfim, Deformado.

Pagou pra que fosse morto / E não ter culpa de ter se matado.


................................................................................


Enfim, não sei se isso é só solidão, ou sou eu que saio de dentro de mim e me dou um susto. Mas veja: é inevitável que só me reste escrever? Estar vendo os meus dedos, enquanto escrevo, corrói. É simples, mas é só isso. Se eu fosse vento era mais simples. Mas não é. Sou matéria que, sem destino, se move.

Danilo Machado

Trampa

Não quero ser Drummond,
Lorca,
Caio,
Noll,
Cabral,
Clarice,
Bandeira,
Veríssimos...
Mesmo não sabendo o que quero ser, só sei ser escrita.
O mundo me sufoca, dizendo: Seja-Nonada, Non’água.
Quero palavras magras, acentos adjetivados sem misérias humanas. Mergulhe!
Quero uma Ode ao Burguês de Palavras Matizadas por Arte Poética Sem Melancolias Paranóicas. Quero um diálogo menos mofado, apenas um sorriso de voz levemente ácida.

Danilo Machado

AUTOPREFÁCIO

Naturaleza Sangre Sem Identidade

Para Roland Barthes

Queria escrever essa coisa aqui com a força de um pincel de Goya. Mas sei da precariedade de minha escrita. Repito que o único tom possível é minha naturaleza sangre, escorrendo por entre os dedos.
Respiro.
Após o sangramento vou recolhendo partes possivelmente narráveis, construindo enredos sem histórias, armando falácias que cercam meu desejo de continuar.
Respiro fundo.
A inventividade no zero grau de escritas me comoveu com esperança. Digito este relato ausente de estilo, não como provocação aos costumes, mas para denunciar a prisão da escrita dos pós-isso-ou-aquilo, que me tirou o chão.
Espero.
Não quero ser lido daqui cinqüenta anos. Só escrevo porque é a melhor forma de me comunicar. Forma que se suspende, diante do olhar, como um objeto. De qualquer forma, solidão, atado no interior vazio.
Sei que também há vaidade, não nego.
O grito pode denunciar a loucura dos dementes, mas a escrita como um grito pode chegar ao leitor como disfarce, simulacro de efeito estético agora mais comunicável.
Ratifico.
Preciso encontrar você, estilo dos infernos que denuncia meu mau humor, hálito do nunca saber o que vejo em mim.
Sempre quis ser isso mesmo. Depois do grito, o pincel, a imagem: uma escrita ausente de mim. Agora impossível.

DANILO MACHADO